A pandemia ocasionada pelo Covid-19 impactou todos os setores da indústria, gerando grande escassez de materiais como metal, celulose e até mesmo para o setor agropecuário e alimentício, afetando diretamente os seus preços. Com o preço das resinas plásticas não foi diferente, visto que em 2020 nos deparamos com o primeiro retrocesso de produção mundial em 12 anos.

Em 2019, 368 milhões de toneladas de plástico foram produzidas, enquanto, em 2020 a produção caiu para 367 milhões. Apesar dessa queda ser pequena, não deixa de ser preocupante, visto que, desde a segunda guerra mundial, essa situação ocorreu apenas 2 vezes no mundo, sendo a primeira em 1973, com a crise mundial do petróleo e a segunda em 2008 com a crise das subprimes, ou seja, o caminho normal do setor sempre foi o crescimento.

No entanto, a perspectiva para o setor permanece positiva.

A alta no preço das resinas plásticas não representa um déficit para o setor no mundo!

A boa notícia é que, apesar do aumento no preço das resinas plásticas, a fabricação de resinas deve aumentar 5% ainda em 2021, só nos Estados Unidos, de acordo com um novo relatório da Associação da Indústria de Plásticos do país,

Conforme um outro relatório, desenvolvido pela Acute Market Reports (EUA), o mercado de plásticos moldados por injeção deve crescer a uma taxa anual (composta) de 4,6% para o período previsto entre os anos de 2021 e 2029. O aumento se deve principalmente à ampla gama de aplicações em indústrias em constante expansão.

Esse relatório cobre todos os aspectos quantitativos do setor (de injeções plásticas) e também fala sobre seus principais propulsores, os desafios que enfrenta, as oportunidades de crescimento presentes no mercado, bem como suas perspectivas futuras.

Dentro dessa pesquisa, o mercado foi categorizado e subcategorizado com base na matéria-prima, aplicação e base regional. Com base na matéria-prima, o polipropileno dominou o mercado com uma participação de mais de 30% para o ano de 2020. Esse dado é atribuído à sua crescente demanda na indústria automotiva, de produtos domésticos e aplicações de embalagens.

Em 2028 estima-se que o mercado de plásticos moldados por injeção na Europa ultrapasse os 90 bilhões de dólares (cotação atual). Cosméticos, produtos de higiene pessoal, produtos farmacêuticos e produtos químicos domésticos estão entre as principais aplicações de embalagens na Europa.

Também é previsto que o consumo de aplicações eletrônicas aumente em resposta à crescente demanda por aparelhos eletrônicos, como laptops e smartphones, principalmente no Reino Unido, Alemanha e França. Durante o período projetado, o setor automotivo europeu provavelmente continuará a alimentar a demanda regional.

Ásia-Pacífico permanecerá como líder de mercado

Com base na segmentação regional, o mercado de plástico moldado por injeção é segmentado da seguinte forma:

  • América do Norte;
  • América Latina;
  • Europa;
  • Ásia-Pacífico;
  • Oriente Médio
  • África e outros pontos geográficos.

Em 2020 o mercado foi dominado pela região da Ásia-Pacífico. Em países como China, Índia, Indonésia e Malásia, o aumento dos gastos com infraestrutura, combinado com a expansão da demanda automotiva nesses países deve impulsionar a penetração no mercado e essa é uma questão importante para as indústrias plásticas brasileiras.

A pandemia não é a única responsável pela alta no preço

O desastre ambiental conhecido como furacão Sally que atingiu a Florida, Mississipi e Alabama entre os dias 11 e 17 de setembro de 2020, provocou uma perda estimada em 8 bilhões de dólares para os Estados Unidos.

No setor petroquímico, estima-se que esse furacão gerou um prejuízo equivalente a 508.000 barris de petróleo por dia de produção perdida e 805 milhões de pés cúbicos de gás natural, mais de um quarto da produção do Golfo do México nos Estados Unidos, e interrompeu as exportações petroquímicas ao longo da Costa do Golfo, prejudicando ainda mais o preço das resinas plásticas ao redor do globo.

O preço das resinas plásticas no Brasil

Em 2020 nós enfrentamos uma queda de 4,1% o Produto Interno Bruto (PIB), no entanto, a indústria plástica representava apenas 11,8% do PIB em 2019 conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Em relação ao restante do mundo, o Brasil representa apenas 1,2% da produção mundial da indústria de transformação e, conforme o relatório que mencionamos anteriormente, o setor está em expansão pelos próximos 8 anos.

Por essa ótica, percebemos o quão importante é investir no desenvolvimento de soluções que visem o plástico como protagonista da cena, bem como a cobrança do empresariado sobre o governo, exigindo reformas estruturais, principalmente a tributária e administrativa, que impactam diretamente na redução do Custo Brasil, que tornaria o nosso país mais competitivo no mercado.

Portanto, a questão que fica aqui não é necessariamente o preço das resinas plásticas no Brasil, mas sim as novas estratégias produtivas e comerciais que podem ser implementadas nas indústrias de transformação brasileiras para acompanhar a tendencia de crescimento mundial, como a expansão da demanda automotiva nos países da região Ásia-Pacifico nos próximos anos.

Aqui na Compostos, nós temos acompanhado de perto indústrias que estão inovando em suas aplicações com elastômeros termoplásticos, plásticos de engenharia e até mesmo, usando agentes de purga como otimização de custo e troca de cores nas máquinas. A indústria plástica está em constante adaptação e inovação, portanto é estratégico que observemos o valor do plástico e não o preço!


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