A sustentabilidade é o assunto do momento em vários segmentos industriais e sociais. Não é à toa que nunca se falou tanto em ESG nas empresas e, até mesmo nas escolas, o ensino tem visado cada vez mais educar os alunos sobre práticas ambientais. A verdade, é que também nunca se sentiu tanto os impactos negativos relacionados aos malefícios ao meio ambiente como nos dias de hoje. É nesse contexto que a procura sobre “o que é bioplástico” se mostra cada vez maior. 

Isso porque o bioplástico surge para promover a reciclagem e tornar os processos mais verdes e biodegradáveis. Afinal, diferente do plástico tradicional, derivado do petróleo, e que pode comprometer o meio ambiente de diversas formas, inclusive contribuindo para o efeito estufa, o bioplástico vem de fontes renováveis, e por isso, não é tão prejudicial. 

O uso do bioplástico está cada vez mais constante e promete crescer muito ainda. De acordo com um estudo da Global Industry Analysts Inc.(GIA), estima-se que até 2024 o mercado global de bioplástico e biopolímeros supere a marca de U$ 14,9 bilhões. 

 Além disso, existe também um desejo de todos os países de dependerem cada vez menos do Petróleo, que é uma commodity bastante escassa e rara. Durante o conflito da Rússia e Ucrânia, a busca por 

alternativas mais sustentáveis para matérias-primas se mostrou uma necessidade, já que a Rússia era considerada a terceira maior distribuidora do mundo. 

Fica claro que o mercado de bioplástico é fundamental não só para o Brasil como para outros países também. A seguir, conheça mais sobre esse material e como ele promete revolucionar o consumo mais consciente e a reciclagem!

O que é bioplástico?

O bioplástico, como o próprio nome já sugere, é um tipo de plástico que não depende do petróleo como matéria-prima, mas de fontes renováveis, como cana-de-açúcar, milho, batata e beterraba.

Apesar do plástico, como conhecemos hoje, ser 100% reciclável, ele é bastante descartado em lugares inapropriados, e o destino acaba indo para as ruas e oceanos. O problema nisso está no tempo de decomposição do material, que pode levar 300 anos. 

Por outro lado, até por terem como base matérias orgânicas, os bioplásticos se decompõem muito mais rápido, uma média de 2 anos. 

Logo, fica claro que apostar nesse material pode ajudar e muito a reduzir vários impactos ambientais, a começar pelo efeito estufa, que se agrava a partir da queima do petróleo e liberação de CO2 na camada de ozônio. 

Como é feito o bioplástico?

Beterraba? Arroz? Cana-de-açúcar? Como isso pode dar origem ao bioplástico? Essa é uma dúvida bastante comum – e coerente – afinal, são matérias-primas que estão muito presentes no nosso dia a dia para outras finalidades, no almoço, no jantar… ou no acompanhamento do pastel da feira aos domingos. 

Em primeiro lugar, é importante ter em mente que o bioplástico é criado a partir da combinação de várias fontes renováveis e pode ter uma série de matérias-primas diferentes em sua fabricação. Além dos exemplos citados anteriormente, a biomassa – como óleos e gorduras – também podem servir como matéria prima para a produção dos bioplásticos. 

O processo acontece de duas maneiras: degradação ou biodegradação. 

Degradação

Quando falamos da produção do bioplástico a partir da degradação, trata-se de um processo que realiza a quebra das cadeias poliméricas na ligação carbono-carbono. 

Biodegradação

Na biodegradação acontece um processo semelhante, a diferença é que as cadeias de carbono passam pela membrana celular dos microrganismos que são transformados em biomassa, CO2 e metano. 

Quando e como surgiu o bioplástico?

Apesar da popularidade que está ganhando, o bioplástico não é uma invenção recente. Foi descoberto em 1926 por um pesquisador francês chamado Maurice Lemoine, que fez o estudo usando bactérias bacillus megaterium para realizar os testes. 

Por muitos anos, a invenção foi deixada de lado por causa da popularidade e abundância do Petróleo na natureza, mas isso mudou a partir de 1970, quando a crise do Petróleo trouxe à tona o interesse e a busca por alternativas mais sustentáveis. 

No começo, a resistência dos bioplásticos era bastante questionada, e até nos dias de hoje gera algumas dúvidas quanto a isso. Mas a verdade é que a vida útil de materiais feitos com esse elemento sustentável, podem chegar a 15 anos, e posteriormente, podem ser descartados ou usados em composteiras dentro da casa do consumidor. 

Acredita-se que o Brasil tem um grande potencial para o desenvolvimento do bioplástico, graças ao cultivo de cana-de-açúcar e a biomassa, e também por ser um país bastante solícito e disposto em investir e aplicar técnicas sustentáveis, servindo como espelho para várias outras potências mundiais. 

Ou seja: além das vantagens para o meio ambiente, apostar em bioplástico pode criar uma economia alternativa pouco explorada hoje em dia no nosso país. 

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