O Nylon é um dos polímeros de engenharia mais conhecido e consumido no mercado de transformação, principalmente no segmento têxtil e automotivo. Ele recebe essa classificação por fazer parte de uma classe de polímeros que possuem excelentes combinações de propriedades mecânicas, químicas, térmicas e elétricas.
Estando entre os polímeros mais importantes, o Nylon construiu sua história baseada em marcos que também são relevantes na história mundial, como a Segunda Guerra Mundial, a qual contribuiu para que este polímero de engenharia ganhasse um espaço notório e relevante na evolução da tecnologia de materiais.
Qual a relação da Segunda Guerra Mundial com o Nylon?
O Nylon é um material que foi desenvolvido por Wallace H. Carothers dentro do laboratório da renomada DuPont, nos EUA. A princípio, sua aplicação iniciou-se em meias femininas em substituição a seda, porém, devido a Segunda Guerra Mundial e a falta de fornecimento de seda pelo Japão, iniciou-se uma corrida para substituir a seda em diversas aplicações usadas pelo exército americano.
Devido a esse fato histórico, o Nylon foi ganhando espaço em diversas aplicações utilizadas na Guerra de maneira rápida e em uma proporção imensa para a época. Foi devido a essa corrida que surgiram as primeiras peças de engenharia moldadas, justamente para suprir as necessidades da guerra. Com isso, a produção do Nylon foi completamente revertida para atender de maneira exclusiva o exército americano e suas estratégias de ataque e força mediante ao inimigo que era o Japão.
Qual a relação do nome Nylon com o nome Poliamida – PA ?
Nylon é o nome popular dado ao material que, na época de sua criação, ganhou o mundo e se consolidou dentro do segmento de polímeros. Até hoje não se sabe ao certo como chegaram a esse nome, mas de fato foi uma sacada comercial genial e que fez o material ser mundialmente conhecido, sendo, até hoje, amplamente utilizado em diversas aplicações.
O nome técnico do Nylon é Poliamida, pois sua estrutura química é constituída de vários monômeros de amida, ou seja, “poli” significa muitos, então poliamida significa muitos monômeros de amida, por isso a origem do nome técnico, também conhecido através da sigla PA.
O que difere as diversas Poliamidas encontradas no mercado?
A poliamida é um polímero cristalino. Essa estrutura, na realidade, é constituída de uma grande parte cristalina, que é uma estrutura ordenada ou alinhada, mas com uma parte amorfa, que é a estrutura desalinhada.
Como comentado anteriormente, a poliamida é constituída a partir do monômero de amida, porém esta não é a única forma de produzir poliamida. A polimerização, que é o processo químico que dá origem a um polímero, no caso da poliamida, pode ser realizada utilizando um ou dois tipos de monômeros.
Conforme se altera o monômero utilizado, consegue-se obter diferentes tipos de poliamida, ou seja, o que difere as poliamidas que encontramos no mercado são os monômeros usados na sua fabricação, que também influencia na porcentagem de estrutura cristalina e amorfa, consequentemente nas propriedades de cada tipo de PA.
Quais os tipos de poliamidas encontradas?
Anteriormente comentamos sobre a estrutura da poliamida, que pode ter sua origem a partir de um ou dois monômeros diferentes. Algumas dessas PAs são:
- PA6 – caprolactama
- PA66 – ácido adípico + hexametileno diamina
- PA12 – dodecil lactama
- PA610 – ácido dodecanoico + hexametileno diamina
- PPA – ácido tereftálico + hexametileno diamina
A poliamida é um polímero versátil, o qual pode ter origem de diferentes monômeros e com uma variedade na combinação de propriedades. Por isso, se tornou um dos materiais mais usados na engenharia e na fabricação de peças técnicas de alto desempenho.
No geral, são materiais com excelentes resistências, como térmica, química e ao impacto, o que favorece a sua aplicação em peças que necessitem de alto desempenho mecânico e químico.
Para a escolha da poliamida ideal é necessário avaliar todas as necessidades técnicas e de resistência que a aplicação irá exigir durante o seu uso. Portanto, é de suma importância analisar criteriosamente as exigências da aplicação a fim de definir a poliamida correta que irá atender o que a aplicação exige.
Quais as particularidades da poliamida?
A poliamida é um material extremamente higroscópico, ou seja, que absorve muita umidade e, por esse motivo, é essencial que seja desumidificado antes de ser processado.
A desumidificação é outro ponto chave. De preferência, deve ser realizada em um equipamento adequado, como é o caso do desumidificador, pois não somente circula ar quente, como também tira a umidade deste ar que circula dentro do equipamento, tornando o processo mais eficiente e evitando problemas de processamento ou na peça pós moldagem.
Outro ponto de extrema relevância é a hidratação da peça pós moldagem. No geral, é necessário fazer esse processo para a estabilização dimensional, especialmente se a peça será montada poucas horas ou dias após a moldagem.
Vale ressaltar que, a poliamida é um material que está em constante equilíbrio com a umidade relativa do ar, mesmo após a moldagem. Então a avaliação da umidade da peça é uma análise importante e um controle essencial em peças de PA, ainda mais em peças que passarão por montagem com outras ou se irão sofrer algum esforço mecânico durante essa montagem. O controle ajuda no que tange o dimensional da peça e a resistência.
Então, tudo que tem relação com a peça deve ser avaliado: design, montagem, tempo que levará entre moldagem e montagem e controle da umidade, para que de fato seja definido um processo e um controle eficiente a fim de evitar problemas de qualidade.
Você, profissional que trabalha diretamente com poliamida, seja na engenharia ajudando a definir o material ideal ou no processo produtivo, busque o máximo de conhecimento sobre materiais e processamento, isso te ajudará a ter um processo robusto, com qualidade e eficiência.
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Autor: Caroline Tirolla